HISTÓRIA DA CB

Desconhecida durante algum tempo, ou mesmo rebaixada ao nível de um epifenómeno, a CITIZEN BAND (CB ou em português BANDA DO CIDADÃO) surgiu há algum tempo repentinamente. Utilizada em França por mais de 150 000 pessoas, impôs-se de tal modo na sociedade que os poderes governamentais franceses acabaram por a reconhecer legalmente, aliás, como no resto da Europa. durante algum tempo, ou mesmo rebaixada ao nível de um epifenómeno, a CITIZEN BAND (CB ou em português BANDA DO CIDADÃO) surgiu há algum tempo repentinamente. Utilizada em França por mais de 150 000 pessoas, impôs-se de tal modo na sociedade que os poderes governamentais franceses acabaram por a reconhecer legalmente, aliás, como no resto da Europa. durante algum tempo, ou mesmo rebaixada ao nível de um epifenómeno, a CITIZEN BAND (CB ou em português BANDA DO CIDADÃO) surgiu há algum tempo repentinamente. Utilizada em França por mais de 150 000 pessoas, impôs-se de tal modo na sociedade que os poderes governamentais franceses acabaram por a reconhecer legalmente, aliás, como no resto da Europa.

Os adeptos da CB utilizam no seu domicílio ou na sua viatura um pequeno emissor-receptor e uma antena que lhes permitem comunicar livremente entre si na banda de frequências dos 27 MHZ. Ocorrem assim ao acaso das ondas de rádio contactos cujo aspecto fortuito dão bastante prazer ao utilizador. No tempo das telecomunicações, satélites, Internet, telemóveis… parece de facto paradoxal que exista tanta falta de comunicação entre as pessoas. Apesar dos meios ao nosso dispor, a falta de meios e locais para se conhecer pessoas é de alguma forma gritante. Lamenta-se a desaparecida antiga praça da aldeia onde era o ponto de encontro para pôr a conversa em dia. A BANDA DO CIDADÃO, cuja missão é dar a palavra aos cidadãos, é uma das respostas, uma das reacções, face a esta incomunicabilidade generalizada.
Graças ao seu custo relativamente baixo e à sua simplicidade de emprego do equipamento, encontra-se verdadeiramente ao alcance de todos. Oferece a possibilidade de fazer novos amigos de acordo com os seus gostos pessoais e interesses. Além disso, quando usada na estrada, permite fugir aos engarrafamentos, obter auxílio se tiverem uma avaria, ter uma companhia quando em viagem…
A CB estimula a convivência e a solidariedade. Por esse mundo fora existem pessoas que por força da vida, da saúde, estão privadas de sair normalmente de casa. A CB, por vezes, é a única forma de contacto com o exterior.
Por tudo o que descrevi e por muito mais, a CB é de facto uma realidade importante no seio das sociedades. São milhares, certamente milhões de adeptos desta forma de comunicar por esse mundo fora. Quem o é sabe como bela e maravilhosa é esta maneira de falar e fazer amigos.

LÂMPADA ELETRÓNICA

Na evolução da radiocomunicação, destaca-se a inovação das “lâmpadas” eletrônicas, marcos pioneiros compostos por metais e vidro que demandavam pré-aquecimento. Apesar do incômodo e do notável consumo energético, essas lâmpadas representaram uma significativa etapa, permitindo o tratamento e amplificação de sinais, notadamente através da “modulação” pela voz humana, marcando assim um avanço crucial no domínio da rádio.

A invenção da T.S.F. (telefonia sem fios) não data de ontem: já se passou mais de um século sobre a primeira radiocomunicação. O emprego da aparelhagem necessária era incómodo e difícil, e a sua qualidade não tinha nada de comparável com a alta fidelidade de agora. Os componentes principais eram as primeiras “lâmpadas” eletrónicas, ligações de metais e de vidro, que necessitavam dum pré-aquecimento importante.

O seu consumo era enorme, sem dúvida, à incrível perda de calor deste sistema. Estas mudanças de temperatura não favoreciam a estabilidade eletrónica de circuito, e falar de um canal de emissão preciso seria punível com uma “camisa de forças”. O que não impede que esta lâmpada tenha sido uma grande etapa no domínio da rádio: pois que permitia com efeito tratar e amplificar um sinal dado, por exemplo, “modulando-o” por meio da voz humana.

TRANSÍSTOR

O surgimento do “transístor” nos anos 50 revolucionou o cenário da radiocomunicação. Mais compacto e acessível que as lâmpadas eletrônicas, o transístor proporcionou uma solução viável para o transporte de aparelhagem, com menor perda de energia em calor e características de ação mais precisas. Desempenhando um papel fundamental, permitiu o desenvolvimento de dispositivos portáteis, transformando a antiga T.S.F. em rádio portátil, marcando uma era de mobilidade e qualidade aprimorada nas transmissões.

O transporte da aparelhagem era praticamente impossível, por causa do peso e da fragilidade do conjunto. Devia encontrar-se uma solução e o “transístor” fez a sua aparição (por volta dos anos 50 para o grande público). Mais pequeno e menos caro, perdia menos energia em calor e tinha características de acção bastante mais precisas. Desempenhando um papel quase semelhante ao da lâmpada eletrónica, permitiu o fabrico de material transportável, consumindo menos eletricidade.

A sua contribuição foi tão grande que o grande público e as firmas que o utilizaram, deram o seu nome ao maravilhoso aparelho portátil de recepção de rádio cujo fabrico tinha sido possível graças a ele. A famosa T.S.F. que se ouvia em família junto à lareira desapareceu completamente para dar lugar a este pequeno aparelho que se pode levar para qualquer lado! As características muito estáveis do transístor melhoraram sensivelmente a seletividade da frequência desejada, e, em geral, a qualidade das transmissões.

CIRCUITO INTEGRADO

A história da eletrónica atinge um ponto crucial com a introdução do “circuito integrado”, uma placa revolucionária que substitui transístores e componentes. Lançado pela TEXAS INSTRUMENTS, desencadeou a criação das primeiras minicalculadoras de bolso e equipou dispositivos modernos como televisores e computadores. Nesse cenário, surge a “Banda do Cidadão” (Citizen Band), uma revolução silenciosa que torna a tecnologia rádio acessível a todos. A combinação de circuito integrado e oscilador de quartzo no circuito PLL simplifica a sintonia de frequências, democratizando o acesso a essa forma de entretenimento, anteriormente reservada a especialistas.

A terceira etapa importante neste longo encaminhamento do progresso da eletrónica foi mais recente: trata-se do “circuito integrado”, uma espécie de uma placa pequenina com “mil pés” capaz de substituir toda uma série de transístores e de outros componentes.
A sua utilização (lançada por TEXAS INSTRUMENTS) fez nascer as primeiras minicalculadoras de bolso, e equipa atualmente os televisores modernos, as cadeias de HI-FI e os computadores. No estado atual das coisas, o circuito integrado não substitui totalmente o transístor, em particular quando está em jogo uma potência elevada. Analogamente, ainda se fabricam lâmpadas para um grande número de utilizações. Mas, uma evolução ainda mais importante está em vias de se desencadear: é o que se chama a “revolução silenciosa”! Trata-se do aparecimento do “microprocessador”. Fabricado a partir do silício em laboratórios onde reina uma atmosfera duma sala de cirurgia, mede menos dum milímetro de lado, e faz o papel de milhares de transístores. O seu consumo é praticamente nulo e o seu peso impercetível.

Em geral, a tecnologia dos emissores-recetores está por enquanto ligada ao transístor e ao circuito integrado. As componentes já não necessitam de manutenção e facilitam bastante o fabrico e o emprego de tais aparelhos.

Uma combinação particular reúne um circuito integrado e um oscilador pilotado por “quartzo” num circuito chamado PLL. Sem entrar em pormenores fastidiosos e inúteis, é preciso saber que este circuito permite a um emissor encontrar a sua frequência, limitando-se as manipulações do utilizador exclusivamente à escolha do canal desejado. Assim já não são necessários conhecimentos técnicos para se tornar radioamador e para ter uma estação “correta”. Cada vez mais, o custo de fabrico destas pequenas maravilhas tem vindo a baixar, sendo atualmente o material rádio acessível a todos. Estas novas circunstâncias tem despertado o interesse crescente do público para este género de distrações anteriormente destinadas unicamente aos iniciados. Assim nasce a CITIZEN BAND.

ORIGEM DA CB

A “Banda do Cidadão” (CB) teve sua origem nos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, quando radioamadores americanos expressaram interesse por uma forma de comunicação por rádio entre particulares na frequência de 27 MHz. Apesar de inicialmente destinada a aplicações industriais, científicas e médicas, os entusiastas conseguiram convencer as autoridades de telecomunicações a alocar 23 canais nessa frequência a partir de 1953. A popularidade da CB cresceu nos EUA durante a crise de energia na década de 1970, impulsionada pela limitação de velocidade nas autoestradas e pela necessidade de motoristas romperem o isolamento. Esse fenômeno, que gerou um aumento significativo nas vendas, logo se espalhou para a Europa, marcando o início da “loucura da banda do cidadão.”

A CB nasceu nos Estados Unidos após a segunda guerra mundial. Foi com efeito nesta época que os radioamadores americanos manifestaram o seu interesse pela criação de um tipo de comunicação por rádio entre particulares na banda de frequência dos 27 MHZ.
Porquê 27 MHZ? Esta frequência encontrava-se destinada desde há algum tempo às aplicações industriais, científicas e médicas (I.S.M.), sendo, portanto, pouco propícia a uma comunicação por rádio, dado que era perturbada continuamente por aparelhos de grande potência com ressonância em 27 MHZ. No entanto, estes primeiros adeptos de uma forma de rádio praticada em tempos livres conseguiram convencer os responsáveis das telecomunicações americanas que, a partir de 1953, autorizaram 23 canais em 27 MHZ e introduziram pouco tempo depois uma licença que deu origem a uma “frequência dos cidadãos” incluída na banda dos 11 metros.

O fenómeno tomou a pouco e pouco uma certa amplitude nesse lado do Atlântico (a partir de 1959 observaram-se 6000 pedidos de licença por mês) e foi exportado lentamente para a Europa, particularmente para os países nórdicos, onde a Suécia foi o primeiro país a reconhece-lo juridicamente.

Contudo, só em 1975-6 a CB americana conheceu um verdadeiro “boom”: enquanto em 1974 tinham sido vendidos 1 700 000 aparelhos, as vendas anuais atingiram já 4 500 000 em 1975, 11 300 000 em 1976, ano record, caindo depois para 7 200 000 em 1977 e 3 500 000 em 1978. Hoje, o parque CB americano eleva-se a muito para lá dos 35 milhões de aparelhos, ou seja mais de 17 emissores-recetores CB por cada cem americanos.
Na origem desta forte expansão encontra-se a limitação de velocidade nas autoestradas americanas, devido à crise de energia. Com efeito, esta limitação teve como primeira consequência uma perda de salário dos motoristas cuja remuneração se encontrava intimamente ligada à quilometragem percorrida. Para estes assalariados, o recurso a aparelhos CB surgiu então como a melhor solução contra os controlos policiais na estrada, assim como um modo de romper o isolamento das extensas estradas e aumentar a segurança. Aliás, já foram produzidos diversos filmes tendo como tema a comunicação CB entre camionistas.
Esta utilização sistemática da CITIZEN BAND deu assim um novo impulso ao seu desenvolvimento do outro lado do Atlântico, pois tornou-se cada vez maior o número de automobilistas interessados no seu emprego. No entanto, como já indicámos, o aumento do mercado CB durou apenas alguns meses. A consequência desta saturação económica foi a chegada massiva à Europa do excedente de emissores-recetores, que vieram alimentar uma procura cada vez maior. Por sua vez, o velho continente conhecia agora a loucura da banda do cidadão…

A COMUNICAÇÃO CB ENTRE CAMIONISTAS

A comunicação entre camionistas através da CB, nascida nos Estados Unidos e agora popular na Europa, destaca-se como um facto social incontestável. Apesar das restrições iniciais na sua utilização, os pioneiros da CB enfrentaram penalidades correcionais, contribuindo para a legalização da prática. Em Portugal, a CB foi legalizada em 1978, após anos de clandestinidade. Esta forma de comunicação, ocupando a banda dos 11 metros, revela-se única, aproveitando as nuances de propagação e permitindo uma conexão global com uma potência relativamente baixa.

Chegada à maturidade nos Estados Unidos, cada vez mais popular na Europa (como veremos a seguir) e nos países industrializados (a banda do cidadão é ainda, com efeito, um privilégio dos países ricos), a rádio de tempos livres impõe-se já como um facto social incontestável. Respondendo perfeitamente a necessidades de ordem prática, mas também a desejos mais profundos, e dinamizada por incessantes inovações tecnológicas, ninguém duvida de que a CB terá um grande futuro pela frente.
A onda-da-maré atingiu um dia a Europa, com a descrição dum elefante num armazém de porcelana. Há quase 30 anos que alguns dos nossos compatriotas se equiparam com uma estação CB. No maior segredo de Polichinelo, com uma instalação que faria Einstein dançar o rock & roll no seu túmulo, no meio de molhos de fios mais ou menos indispensáveis, estes pioneiros começaram a comunicar com os seus camaradas entre as 2 e as 5 horas da manhã (depois de estarem bem seguros que nenhum uniforme duvidoso se passeava a menos de 5 km à volta).

A CB era, com efeito, proibida nessa época, e a sua utilização clandestina destes aparelhos estava sujeita a penas correcionais. Muitos destes amadores de rádio tiveram que ir aos tribunais durante longos anos de irregularidade e é sem dúvida a eles que devemos esta facilidade de nos conhecermos sem termos eternamente “a espada de Démocles” em cima das nossas cabeças. Porque se tornaram dia a dia mais numerosos, estes apaixonados da CB fizeram-no saber em manifestações públicas e descobertas! Em Portugal a CB apenas foi legalizada em 1978, se bem que muito antes foram muitos os pioneiros na sua introdução de forma clandestina.
A CB ocupa a banda dos 11 metros. Anteriormente utilizada pela Marinha, esta gama de frequências foi rapidamente abandonada por causa dos seus inúmeros caprichos de propagação; com uma potência ridícula podemos ser recebidos do outro lado do Atlântico enquanto que no mesmo instante um correspondente distanciado a 10 quilómetros tem dificuldade em nos compreender. Os cibístas conhecem bem este fenómeno de que tiram vantagens, ao mesmo tempo que lhes sofrem as consequências.

QUAL O FUTURO DA CB EM PORTUGAL?

CB em Portugal: Desafios e Rumo ao Futuro. Com um passado marcado pelo ‘boom’ nas décadas de 80 e 90, a CB enfrenta agora uma incerteza crescente. Diante do possível declínio após ameaça do fim da AM e pressões estatais, os cibístas encaram o desafio de preservar a CB, até mesmo considerando retornar à ilegalidade. Os clubes, atentos e preparados, resistem contra ameaças modernas, almejando revitalizar a CB e obter o reconhecimento tão merecido. A história desta forma única de comunicação continua incerta nos próximos anos.

Como diz o povo: “O futuro a Deus pertence!”. De facto, a CB já teve o seu “boom” de estações e clubes. O canal 11, nos anos 80 e 90, na região de Lisboa era tão saturado que era quase impossível fazer uma chamada em condições. Atualmente nota-se um grande decréscimo de estações regularmente ativas, fruto dessa grande algazarra que era a CB nesses anos. Com o fim anunciado da AM no final dos anos 90, muitas estações deixaram simplesmente de existir. Agora tudo é uma incógnita a partir do ano de 2006, ano em que se fala de uma carga do Estado Português contra a AM novamente. Da mesma forma que vencemos o 1º round, não tenho dúvidas que temos condições para vencer o segundo.
Os cibístas têm o futuro deste meio de comunicação nas suas mãos, nem que seja com um retorno ao passado, isto é, voltarmos de novo à ilegalidade. Os clubes ainda existentes (e são muitos) estão atentos e preparados, muitos deles, para a luta contra este atentado contra a CB a favor dos telemóveis e outros meios de comunicação mais lucrativos. Pela nossa parte tudo faremos para impedir que tal aconteça. A revitalização da CB, o estatuto de utilidade pública tantas vezes pedida aos vários governantes deste país, a sua dignificação junto da sociedade e perante muitos radioamadores (que olham a CB como o caixote do lixo do espectro radioelétrico), e a mentalização dos aficionados de que só com o nosso próprio brio e autoestima, podemos dar à CB aquilo que ela merece: o respeito e reconhecimento de todos.

A História da CB continua nos próximos anos…

Lusitânia CB
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