EQUIPAMENTOS

EMISSOR-RECEPTOR – Caracterizam-se pela sua potência de emissão, os tipos de modulação, numero de canais de que dispõem, assim como dos instrumentos de regulação de que se encontram equipados. A maior parte deles são “móveis”, isto é, adaptáveis a um veículo ou à utilização domiciliária (no segundo caso, desde que se utilize um conversor que transforme os 220 V da rede alternada em 12 V contínuos), mas existem igualmente estações “fixas” (ou de base) utilizáveis apenas em casa e com dimensões muito maiores.

A potência de emissão (expressa em watts) é o seu elemento característico mais citado a propósito dos emissores de CB. Em PORTUGAL estão autorizados 1 WATT em AM e 4 WATTS em FM. Ao contrário do que se pode pensar, a potência não determina fundamentalmente o rendimento da estação. Este é grandemente condicionado pelas características da antena, pelas condições de propagação das ondas, pela regulação e condições da estação. Enganam-se aqueles que pensam um bom amplificador linear é a solução de todos os seus problemas de “saída”.

O numero de canais autorizado em PORTUGAL são 40. Estes abrangem as frequências entre 26,965 MHZ no canal 1 e 27,405 MHZ no canal 40. Contudo não é difícil encontrar no mercado aparelhos com 120 e mais canais que como é lógico não são homologados nem homologáveis.

A utilização dos aparelhos de CB é extremamente simples, contudo, estes dispõem de diferentes instrumentos de regulação que importa conhecer. Estes instrumentos variam de rádio para rádio conforme o seu grau de sofisticação e, claro, de preço.

Como foi dito no número anterior, existem rádios mais  sofisticados que outros. De facto existem toda uma série de instrumentos de regulação, dos quais passamos a descrever os principais:

INSTUMENTOFUNÇÃO
POWERComutador ligar-desligar e volume sonoro
SELECTOR DE CANAISBotão que permite mudar de canal
SQUELCHSilenciador de gama regulável (permite determinar o nível abaixo do qual não serão recebidos)
LED DIGITAL CHANNNEL DISPLAYIndicação numérica luminosa do canal utilizado
S-METER / RF-POWER METERIndicador do nível de recepção (medidor de unidades S, graduado de 1 a 9) e de potência de emissão (RF power meter, graduado em watts,de 0 a 5 W)
PA/CBPermite colocar o aparelho em posição de public adress (PA), que torna possível, com um altifalante exterior, utilizar o emissor como difusor sonoro exterior
TX/RXIndicador luminoso para emissão (TX = vermelho) ou recepção (RX = verde)
NB/ANL(noise blanker/automatic noise limiter): Anti-parasita
HI,LOSelector de banda (LO : 40 CANAIS INFERIORES e HI : 40 CANAIS SUPERIORES)
MODESelector de modos de emissão (AM, FM, LSB, USB, CW)
CLARIFIERCalibração para recepção em SSB (LSB ou USB)
MIC GAINRegulador da sensibilidade de captação do microfone
RF GAINAtenuador da sensibilidade do receptor (a utilizar quando se recebe  um sinal demasiado forte)
DIMMERRegulação da intensidade luminosa do indicador luminoso dos canais
CHANNEL 9Passagem automática para a frequência do canal 9 (chamado de canal de urgência
TONERegulação de graves e agudos na recepção
LOCAL/DXRegulação da recepção em função do tráfego (local ou longa distância)
AWISinal luminoso que indica uma relação de ondas estacionárias (ROE) demasiado elevada
SCANNERNos modelos de melhor qualidade, possibilidade de programar um “varrimento” de toda ou parte da banda de frequência. Assim que é recebido um sinal suficientemente forte num dado canal, este é transmitido ao altifalante

ANTENAS – Elemento indispensável à transmissão de sinais radioeléctricos, a antena condiciona bastante as qualidades de uma estação de CB. Com efeito, a eficácia de qualquer emissor-receptor depende directamente do modelo, dimensão e da localização da antena usada. Logo, a potência de emissão, a selectividade da recepção e o tipo de modulação empregues não são os únicos factores determinantes. A escolha de uma antena deve ser convenientemente considerada, pois só ela permite obter bons resultados, mesmo com um aparelho de fraca potência. As antenas utilizadas na CB são destinadas ao trafego em 27 MHZ. Podem ser definidas com rigor citando as suas dimensões, a sua polarização e a impedância característica. A dimensão da antena nunca é determinada ao acaso. Depende, com efeito, do comprimento de onda para o qual se encontra sintonizada. Em teoria, a altura é igual à onda correspondente ou a um submultiplo desta. Os aparelhos de CB estão sintonizados para a banda dos 27 MHZ, pelo que o comprimento da onda que lhes corresponde será de VELOCIDADE DA LUZ (em METROS/SEGUNDO) A DIVIDIR POR FREQUÊNCIA USADA (em Hertz) ou seja 300 000 000/27 000 000 = 11 METROS (aprox).

Assim, as antena de base ou de móvel podem ser de ” quartos de onda “, 5/8 de onda ,1/2 de onda, 3/4 de onda, ou mais raramente de onda inteira ( os tais 11 metros). A redução de dimensões das antenas a um submultiplo do comprimento de onda determinado pela frequência permite minimizar o espaço ocupado de forma apreciável. Nas antena de móvel ainda se devem reduzir mais pois estas destinam-se a ser montadas em automóveis. Afim de responder a estas exigências  de utilização, são  integradas bobinas nas antenas de móvel, o que permite compensar a redução da altura efectiva (ou eléctrica), relativamente à altura teórica (ou mecânica). Graças a este método, o material móvel pode ser reduzido a um comprimento inferior a um metro. 

Nas antenas ditas de base os comprimentos eléctrico e mecânico são normalmente comparáveis pois as exigências de utilização são mais reduzidas. Os 1/4 de onda terão o comprimento de 2,75 metros, as 1/2 de onda 5,5 metros, as 5/8 de onda 6,9 , as de 3/4 mais de 8 metros. Convém considerar que quanto mais curta é a dimensão relativamente à frequência, mais pequena será a largura da banda de frequências utilizáveis. A menor largura de banda diminuirá as possibilidades de recepção e emissão, dado que uma certa  proporção da energia HF fornecida não será irradiada. Em consequência, as características de uma antena encontram-se em geral ligadas às suas dimensões efectivas. Um 1/4 de onda de 1,5 metros será, por este facto, mais eficaz do que um equipamento correspondente mas de dimensões mais reduzidas.

A polarização das antenas de CB efectua-se normalmente de maneira vertical. Esta disposição permite realizar uma irradiação uniformemente repartida em todas as direcções. São, portanto, omnidireccionais. Existem também antenas com polarização horizontal ou directivas mas estas são ilegais em CB, em Portugal. Tanto na emissão como na recepção, uma antena omnidireccional deverá manter-se obrigatoriamente perpendicular em relação ao eixo do solo afim de obter um rendimento máximo.

A impedância característica do conjunto do material CB (ou seja a impedância na entrada da antena) é sempre de 50 Ohms. É portanto necessário verificar se esta norma é sempre respeitada na perfeição. Do mesmo modo o cabo coaxial que permite ligar o rádio à antena deverá igualmente ter uma impedância do mesmo valor, assim como as fichas coaxiais tipo “PL” situadas nas suas extremidades.

A CB não é somente uma combinação entre um emissor-receptor e uma antena. Podem-se juntar inúmeros acessórios à instalação. Nem sempre a sua utilidade é evidente. O mercado está cheio de aparelhos de muita utilidade e também de alguns menos úteis e até desnecessários. A seguir iremos descrever alguns desses acessórios, mas só os mais correntes e cuja utilidade é evidente. A lista não será exaustiva, mas poderá ajudar qualquer pessoa a ter uma ideia mais precisa das possibilidades de extensão e de sofisticação da sua pequena instalação de iniciado.

O T.O.S. METRO ou MEDIDOR DA TAXA DE ONDAS ESTACIONÁRIAS – Na página anterior falámos da importância da regulação da antena. Uma antena mal regulada pode de facto causar estragos no emissor para além de prejudicar quer a potência de emissão, quer a capacidade de recepção. Falaremos deste assunto mais em pormenor em MONTAR UMA ESTAÇÃO CB. O TOS-METRO é colocado entre o emissor e a antena. O SEU USO DEVE SER REGULAR, isto é, deve-se medir a taxa de ondas estacionárias regularmente, pois a mais pequena avaria na antena ou no cabo pode prejudicar a instalação no deu todo e em particular o rádio. O TOS-METRO pode ser deixado montado em permanência na instalação.

ALIMENTAÇÃO ESTABILIZADA – Muitos cibistas não desejam gastar muito dinheiro, na compra dum material muito diversificado. Para esses, será interessante, arranjar um só rádio móvel, de pequeno formato, podendo ser utilizado como móvel e/ou como fixo. Esses aparelhos de viatura funcionam com 13,8 volts nominais, o que significa que para os adoptar ao sector (220 volts), é necessário intercalar um transformador. É necessário que este seja de boa qualidade, isto é, estável, potente e fiável. Quando se liga um só emissor, convém perfeitamente de 3 amperes em corrente contínua; se se liga um só acessório mais, a qualquer aos bornes eléctricos, torna-se indispensável uma amperagem maior. A estes transformadores são usualmente chamados de “fontes de alimentação”.

ALTIFALANTE SUPLEMENTAR – As estações de base dispõem dum altifalante de qualidade, em geral suficiente, e sobretudo bem orientado. Este não é o caso dos emissores-receptores móveis cujo difusor está sob a caixa e dirigido para baixo. Por causa dos ruídos do movimento, esta disposição torna o som menos audível à grande velocidade ou em estradas deterioradas. É possível acrescentar um novo altifalante à instalação e poder fixá-lo, não importa em que ponto no interior do carro. Está prevista uma ficha para esse efeito no painel traseiro de quase todos os rádios CB.

O MICROFONE PRÉ-AMPLIFICADOR – Cada TX-RX (emissor-receptor) é fornecido com um microfone ordinário do tipo “dinâmico”. A sua regulação está prevista para uma voz de força normal, emitida tendo o micro a cinco centímetros da boca. Esta característica obriga evidentemente a ter o micro na mão, de forma permanente.

Um dos acessórios mais procurados é o micro pré-amplificador, funcionando a pilhas, e é, em regra, muito mal utilizado. Existem modelos compactos para uso em móvel, e os mais elaborados para uso no domicilio. Estes micros têm um potenciómetro ligado a um pequeno amplificador cuja acção permite falar a uma distância maior do micro, por exemplo, para o deixar pousado sobre a mesa. Em “local” o seu papel termina aí. Regulá-lo muito forte não aumenta a potência de saída do emissor, como erradamente pensam alguns cibistas. Este erro tem como consequência deformar a voz e sobretudo provocar perturbações importantes na recepção da televisão, as transtornadoras T.V.I. (ver glossário). Por outro lado, as estações CB vizinhas sofrem de um mal chamado ” barbas “, isto é, recebem esta voz deformada numa boa parte de canais adjacentes. A única ocasião em que o volume pode ser largamente aumentado é quando se emite em bandas laterais (LSB-USB), porque o micro permite , então , conservar uma potência máxima contínua. SE ESTE MICROFONE VOS TENTA, NÃO ABUSEM DELE: podem estar a impedir outros cibistas de exercer o seu “hobbye” com toda a tranquilidade.

SEPARADOR RÁDIO-C.B. – Uma viatura com uma antena passa geralmente despercebida… Mas quando se tem duas antenas bem visíveis, é muito possível que pensem que é um obcecado! Além disso. os cibistas não gostam nada de abrir dois buracos na sua carroçaria: isso faz-lhes um pouco de confusão. Um maravilhoso pequeno acessório foi inventado para evitar estes inconvenientes: o acoplador rádio-cb. A partir duma antena de CB ordinária, oferece duas saídas filtradas : uma para o rádio, a outra para a CB. Na maior parte do tempo é preciso efectuar uma regulação suplementar na caixa do separador para baixar o valor de TOS que poderia ter-se modificado. Uma outra regulação permite suprimir toda a interferência sobre o posto de rádio, mesmo em emissão. Na prática, observa-se um ligeiro sopro contínuo na recepção das grandes ondas. As ondas medias e a FM são captadas normalmente.

AS PANTUFAS – À tarde, ou durante a noite, o ruído de fundo próprio às ondas curtas desaparece quase totalmente. É, então, possível captar as estações distantes de 50 a 100 kms. Infelizmente, o seu sinal pode ser muito fraco ou mesmo incompreensível. A designação de “pantufas” corresponde a um amplificador de recepção funcionando a 13,8 volts. Permite aumentar o sinal muito fraco recebido pela antena. Desempenha o mesmo papel que os amplificadores que equipam certas antenas de televisão.

FILTROS DE T.V.I. – A CB , mesmo a baixa potência pode provocar interferências nas televisões da vizinhança. Hoje em dia com a cada vez mais adesão das pessoas à televisão por cabo e satélite, e com a melhora das blindagens dos referidos aparelhos de TV e HI-FI, os problemas são cada vez mais raros. Os cibistas têm sido muito castigados por problemas que nalguns (muitos) casos os mesmos nem são por eles causados. É mais fácil atribuir à CB as culpas das más condições das instalações de TV e hi-fi, que reconhecer que o problema pode ser mesmo das ditas instalações. Pelo sim, pelo não, mais vale prevenir . Garantam a montagem em óptimas condições das vossas instalações e não facilitem. O filtro de TVI atenua este tipo de perturbações, pelo menos quando são provocados por uma má filtragem das harmónicas: as harmónicas são frequências diferentes dos 27 MHZ. Geralmente, os aparelhos de CB mais recentes são bem filtrados para evitar a formação de harmónicas muito fortes, mas a adjunção deste filtro atenua ainda mais estas harmónicas. Por fim, o filtro só faz sentido em estações fixas, uma vez que as de móvel, pela sua natureza, a causar estas serão momentâneas e sem significado.

ROGER-BIP – Trata-se de um pequeno conjunto divertido e, em geral, pouco caro. No fim de cada uma das vossas réplicas, quando duma conversação, um pequeno circuito electrónico desencadeia um apito breve e estridente que previne o vosso correspondente que terminaram a vossa intervenção. O funcionamento é automático e é preciso confessar que o roger-bip é muito útil quando das comunicações a “grande distância” ou quando o sinal é fraco. Este acessório é montado em série em muitos emissores-receptores. Existem também microfones pré-amplificadores com este circuito de fábrica.

TONTONS – Se tem uma viatura que atinge os 140 kms/hora, sonham com certeza em ter outra que atinja os 200 ou 220 ? Em CB um desejo muito semelhante fez a sua aparição mas relativamente à potência de saída. É perfeitamente possível, graças a um amplificador linear (alfa lima). Contudo estes aparelhos são ilegais em quase todos os países da Europa. E esta proibição justifica-se: o seu emprego provoca enormes perturbações radioeléctricas, sem contar que nenhum outro cibista na vizinhança pode exercer o seu “hobbye”. Então, quanto muito, usar na viatura e desde que não prejudique ninguém.

MATCHER – A regulação do T.O.S. pode, em certas circunstâncias, dar resultados aproximados. Basta para isso a presença dum grande edifício, árvore, duma parede na proximidade imediata da antena. Por outro lado, um tempo húmido ou um período de gelo podem falsear provisoriamente a qualidade desta regulação. O MATCHER resolve estas dificuldades, baixando artificialmente o valor do TOS. O uso deste acessório deve ser considerada excepcional, pelo que não deve transformar-se num hábito. É melhor agir sobre a causa do mal do que ocupar-se do remédio.

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